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    Quero ser helicóptero… 2

      Quando era menino, no Bairro de S. João, no Lobito, os mais velhos faziam a pergunta sacramental aos candengues: "O que queres ser quando fores grande?" - Polícia, bombeiro, enfermeira, astronauta, respondiam os putos e as meninas que brincavam comigo a fazer currais para os matrindindis, ou a baptizar bonecas no quintal da D. Emília, mãe da Isabel Oliveira (Belinha) e da Dulce Pereira (Dulce). Eu respondia que queria ser helicóptero.

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    O GOOGLE não sabe o que são cisnas 2

      A propósito do texto “Quero ser helicóptero…”, respigado de post colocado no Facebook, brindaram-me com simpáticos e nostálgicos comentários. O João Pinto retirou as cisnas do seu arquivo morto, a Ju (Maria Arandas) (re)lembrou-se delas, das tampinhas das garrafas. Algumas traziam no interior película que se descascava, truque para fidelizar os bebedores, por vezes davam prémios.  Mas o Dr. Google sobre o assunto nada diz. Acha que são as mulheres dos cisnes…

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    Numa sala do LALA, que foi minha e de nós todos, 2

    Quis ficar sozinho. Os putos de bata branca perceberam, ninguém me ligou nenhuma. Subi, máquina trémula, filmando os passos com solas ecoando tropel de há muitos anos atrás. Entrei na sala e chorei, mesmo antes de me ter sentado lá ao fundo.  

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    13 DE SETEMBRO 1999

    Carta a Pedro Unamet Rodrigues 2

      Olá Pedro. Deixa que te conte uma coisa, passada há 24 anos. No meu país a independência já se atolava em rios de sangue. No meu bairro, um dos mais pobres do Lobito, mataram o pai da Cristina. Era um homem grande, hercúleo. Viram-no na placa de sua casa, a ver o tiroteio, correu que era ele que dava o gatilho e não era, e mataram-no. Ainda teve tempo para esconder mulher e filhos nos guarda-fatos. Ele tombou mesmo frente à casa que ainda não tinha pintura.

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    PAULO EDUARDO CORREIA

    Esta carta trouxe-me lágrimas sem fim... 2

     De entre o baú das memórias, guardo uma em particular, uma carta escrita por um dos meus melhores amigos a um menino – o Pedro Unamet Rodrigues – nascido nesses dias imediatos de glória, então publicada no Jornal de Coimbra. Essa carta, confesso-o sem qualquer pudor, trouxe-me lágrimas sem fim, pela tradução ímpar dessa corrente de solidariedade de que fomos capazes. Colei cópias em todos os vidros disponíveis do local onde então trabalhava, o Tribunal de Família e Menores de Coimbra.

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    «Isto aqui está fôdido!» 2

    A resposta soa dura, na boca de uma criança: "Isto aqui está fôdido!" Para início da conversa, perguntáramos a Ito como estavam as coisas. A criança, de 14 anos, afinal já não é criança nenhuma. Vagueava pela ilha do Mussulo, em Luanda, na companhia de três inseparáveis amigos : o Joãozinho, de 11 anos, o Adão, também de 11, e o Canganjo, de sete. Quem é o adulto que toma conta de vocês? "O adulto sou eu!", respondeu Ito.

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    Cemitério do Alto das Cruzes de Luanda e outras fotos 2

    Durante alguns meses, Dinis Manuel Alves publicou nos semanários "Jornal de Coimbra" e "Jornal da Lousã" várias reportagens efectuadas em Angola, seu país natal. Dessas reportagens, efectuadas em 1996 e publicadas durante esse mesmo ano, foram seleccionadas as fotografias que preenchem este espaço na Internet.

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    NELSON NED

    Fizeste questão de morrer num Domingo à Tarde 2

      Não é por teres o nome do meu pai e do meu irmão que assinalo aqui o teu Até Breve! Não é por nos teres enganado jurando que "Tudo Passará", porque a nostalgia não passa nunca.

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