"Levarão faróis potentíssimos, para comunicarem com a Terra, desde a Lua" — anunciava a capa da revista espanhola "Algo", de 16 de Agosto de 1930. A gravura da capa ilustrava a "comunicação", da Lua para Espanha, e não para os EUA, país detentor da patente.
John Q. Stewart, da Universidade de Princeton, projectara um foguetão destinado a realizar viagens de ida e volta à Lua. Consistia numa esfera metálica de grandes dimensões, e pesando 70 mil toneladas. Levaria vários canhões, cujas bocas sobressairiam da superfície da esfera, e em todas as direcções.
O veículo seria lançado para o espaço através do "sistema foguete", a uma velocidade de 80 mil quilómetros à hora. Quando a força deste primeiro impulso se perdesse, a velocidade manter-se-ia disparando os canhões. Para conseguir tal desiderato, bastava girar a esfera de modo a deixar na parte traseira o foguete a disparar. Se se quisesse mudar a direcção da "nave", apontava-se o foguete a disparar para um dos lados.
A violência do impacto com a Lua seria amortecida através do disparo dos foguetes dianteiros.
A revista referia-se ainda às vestimentas dos astronautas, com escafandros especiais que lhes permitissem "respirar a atmosfera do satélite, tão distinta da nossa".
O sistema de comunicações com a Terra far-se-ia através de faróis potentíssimos, inventados pelo próprio Dr. Stewart. Sinaléctica telegráfica, com os traços a serem substituídos pela luz vermelha e os pontos pela luz branca.
Revista ALGO, 16 de Agosto de 1930