O mundo tem hoje [2012] 43 países sem acesso ao mar. Segundo dados da CIA, apenas oito deles possuem marinhas militares. É o caso do pequeno Malawi, no centro do continente africano, que tem uma Marinha com 225 homens dentro do Lago Niassa, com os canhões apontados somente para a Tanzânia e Moçambique.
O Uganda, também em África, conta com uma força naval de 400 homens que virou motivo de anedotas internacionais. Na década de 70, o ditador Idi Amin começou a aparelhá-la para exibir o seu poderio militar frente aos americanos. A única dificuldade era o facto de a Marinha estar cercada no interior do Lago Vitória.
A Mongólia, na Ásia, mantém uma força naval dentro do Lago Hovsgol, na fronteira com a Sibéria, que permanece congelado seis meses por ano, impedindo a navegação. Segundo um documentário feito pelo americano Robert Stern, tem somente um navio e sete marinheiros, sendo que apenas um deles sabe nadar. Na lista das marinhas sem saída para o oceano também estão a do Cazaquistão, a do Azerbaijão e a do Turcomenistão, na Ásia, e a do Paraguai, cujo arsenal tem 3.600 oficiais, vinte embarcações, dois aviões e dois helicópteros.
De todas essas, a Marinha boliviana salta aos olhos por ser a maior força naval ribeirinha do planeta. E os marinheiros de água doce bolivianos têm pouca quilometragem. Em 2006, pelo menos oito morreram afogados. O número de baixas no período é maior que o da Marinha brasileira. Tentam, há seis anos, construir o seu primeiro barco oceânico, missão que, por falta de verba e tecnologia, está longe do fim. O pelotão dedica-se a actividades um tanto prosaicas. No ano passado, 160 oficiais foram destacados para capinar os pastos de um zoológico local. "Tudo o que queremos é uma faixa de 10 quilômetros de litoral que possamos chamar de nossa", disse em entrevista recente o director da força naval boliviana, o vice-almirante José Alba Arnez.
Mais detalhes aqui (powerpoint, 22 slides), e aqui (pdf, 6 páginas, autor desconhecido)
