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BOARDWALK EMPIRE

Efeitos extraordinários numa série extraordinária

  • In TV
  • 2021-01-31
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Um vídeo mostra os efeitos da manipulação digital utilizada num dos episódios da premiada série televisiva "Boardwalk Empire".

A vida do gangster Nucky Thompson no período da "Proibição" da venda de bebidas em Atlantic City.

Um exemplo desse investimento está na reconstrução de época – a série passa-se nas décadas de 1920 e 1930 – e nos efeitos especiais a cargo da Brainstorm Digital. A produtora reuniu no vídeo abaixo alguns dos destaques desse trabalho.

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 Ao mesmo tempo que impressiona, faz-nos pensar o quanto somos “enganados” pela televisão.

Acção: Atlantic City, Janeiro de 1920, início da Lei Seca, dealbar de uma era de speakeasies, jazz, segregação racial, corrupção e Al Capone. Nesta recriação de época que rivaliza com Mad Men - e que na noite de domingo lhe ganhou -, Steve Buscemi é Enoch "Nucky" Thompson, uma versão do verdadeiro Nucky Johnson, o dono da cidade costeira que nos loucos anos 20 se transformou na Las Vegas da Costa Leste dos EUA.

A Lei Seca é o motor para não só conhecermos os vários tons de cinzento de Nucky, mas também o torturado Jimmy Darmody (Michael Pitt), estudante de excelência que abandonou a universidade para combater na Primeira Guerra e que regressou traumatizado. É a personagem de Pitt que dá entrada a outra figura essencial da série e da futura história da América: o jovem Al Capone (interpretado por Stephen Graham). No fundo, e tal como a Grande Depressão em Inimigos Públicos (2009), de Michael Mann, a Lei Seca e o império que se constrói naquele passeio marítimo pintado em tons gelados são a forma de nos mostrar o verdadeiro mecanismo por trás dos Estados Unidos naquele início de século - a corrupção.

Trata-se de "um período da história americana que não foi muito explorado no cinema, quanto mais na TV. É uma altura histórica irresistível sobre a qual escrever", dizia domingo à Reuters Terence Winter. Nucky, o papel vencedor de Buscemi, é baseado em Nucky Johnson, tesoureiro e conhecido braço do Partido Republicano naquela cidade do estado de Nova Jérsia e, claro, contrabandista e comerciante de álcool. Como escreveu James Poniewozik na Time, era "o homem que manteve Atlantic City molhada".

Nesta temporada televisiva, as vitórias do fenómeno Glee (três nas principais categorias de Melhor Série de Comédia ou Musical) eram esperadas. Mas 2010/2011 está também a ser uma temporada com um arranque trémulo. Muitas apostas já ficaram pelo caminho - seis grandes títulos da produção norte-americana, que continua a alimentar parte do audiovisual da Europa (e Portugal não é excepção, bastando olhar para os canais de cabo ou para a RTP2), foram cancelados desde as suas estreias de Outono. Entre elas, Undercovers, de JJ Abrams, ou Lone Star.

Boardwalk Empire estreou-se em Setembro de 2010 e foi muito bem recebida pela crítica norte-americana, com audiências a condizer. Sete milhões de pessoas, a estreia mais feliz da HBO desde a estreia de Deadwood. Convinha. O episódio piloto tem 80 minutos e foi o mais caro de sempre para a TV norte-americana (13,5 milhões de euros) - estima-se que a primeira temporada tenha custado cerca de 45 milhões. Para a HBO, que lançou no Verão a também importante Treme, dos autores de Sob Escuta, a outra série prestígio dos anos 2000 da HBO, o número de subscritores é tão importante quanto o nome que mantém - muitas vitórias, prestígio e sobretudo títulos de êxito ou de grande ressonância na cultura popular. Para já, esse caminho está a correr bem: o American Film Institute considerou Boardwalk como um dos melhores programas de televisão de 2010 e há quem diga que os fãs de Os Sopranos já podem voltar a ver TV. E esta vitória fez, nem que seja por um bocadinho, o mundo falar de Boardwalk Empire e não, para variar e nem que seja só por um bocadinho, de Mad Men.