O filme de animação “Rio”, uma milionária produção da 20th Century Fox que estreia em 150 países a 8 de Abril de 2011, levará às telas de cinema de todo o mundo as paisagens cariocas que ganharam fama em cartões-postais e guias de viajantes.
Dirigido pelo brasileiro Carlos Saldanha, o longa-metragem narra as aventuras de Blu, uma arara-azul que chega ao Rio de Janeiro para conhecer Jade (Jewel na versão original), a última fêmea de sua espécie, com a qual percorre os pontos turísticos da cidade.
A produção, considerada frequentemente uma grande “campanha turística”, será exibida em mil salas de cinema do Brasil e seus criadores calculam que cerca de 160 milhões de pessoas de todo o mundo verão as maravilhas paisagísticas do Rio de Janeiro –ainda que em formato de animação.
Em seu desejo de levar ao exterior uma imagem positiva e exótica da cidade, Saldanha reproduziu um esplendoroso e colorido Sambódromo, onde as duas araras chegam até a desfilar em uma escola de samba.
O cineasta, diretor da trilogia “A Era do Gelo”, também não esqueceu de outras duas marcas da cidade: o Cristo Redentor e o Pão de Açúcar.
Excertos para abrir o apetite
Trailer oficial
“ORGULHO”
“Espero que os espectadores, brasileiros ou não, possam sentir, ao ver o filme, um pouco do orgulho e da paixão que eu sinto por ter nascido aqui”, disse Saldanha a um grupo de jornalistas no Rio.
O futebol, com um jogo de grande rivalidade entre Brasil e Argentina, e a praia de Ipanema, lugar de encontro de cariocas e turistas, são outros dois elementos característicos presentes na animação.
Com este longa-metragem, rodado em 3D, o Rio de Janeiro é mostrado em seus clichês para ser projetado no exterior, o que foi na contramão da recomendação de especialistas, que aconselham um afastamento da fórmula samba, futebol e carnaval para diversificar o turismo.
CAMPANHA
Por trás de “Rio” existe uma grande campanha de promoção que incluiu um anúncio do filme na final da Super Bowl, o evento esportivo mais importante dos Estados Unidos que a cada ano atrai uma audiência que supera os 100 milhões de espectadores.
Por essa peça publicitária de 30 segundos, a produtora desembolsou US$ 3 milhões, segundo cálculos da imprensa.
Sob a direção do compositor Sérgio Mendes, o elenco musical do filme conta com Carlinhos Brown, o britânico Taio Cruz e o cantor Will.I.am, do grupo americano Black Eyed Peas.
Para dublar alguns dos personagens, “Rio” também recorreu aos atores Anne Hathaway, Jesse Eisenberg e Jamie Foxx, três nomes conhecidos de Hollywood, que no mês passado vieram ao Rio de Janeiro para apresentar o longa-metragem.
A origem da popularidade de Blu está em uma estratégia da prefeitura do Rio de Janeiro, que financiou parte de uma grande campanha publicitária que incluiu, entre outras ações, a exibição de vários trailers do filme em uma enorme tela que foi instalada na fachada do Copacabana Palace.
Até o prefeito Eduardo Paes contribuiu para o êxito da arara ao indicá-la como “o novo símbolo da cidade”.
Segundo cálculos da Riotur, a empresa municipal de turismo, as campanhas promocionais do filme alcançaram um número próximo aos dois bilhões de pessoas no mundo todo, em uma tentativa de projetar uma imagem idílica do Rio de Janeiro, cidade-sede da Copa do Mundo 2014 e sede das Olimpíadas de 2016.
Para o presidente da RioFilme, Sérgio Sá Leitão, o filme “é provavelmente a maior homenagem que Hollywood fez a uma cidade”.
FONTE: Animação “Rio” explora pontos turísticos e divulga cidade
Folha de S. Paulo, 06.04.2011
Rio nas telas do mundo
por Paulo Senise*
O superintendente do Rio Convention & Visitors Bureau, Paulo Senise, escreveu o artigo "Rio nas telas do mundo", com o gancho da estreia hoje do longa metragem de animação Rio. O texto aborda ainda os filmes sobre o Rio e megaproduções filmadas na cidade e o retorno que trazem para a economia e turismo do município. Leia abaixo a íntegra do artigo.
►Não me lembro de nenhuma produção com tamanha força de divulgação positiva da imagem da cidade, como vi no longa metragem Rio, que foi lançado este mês no Brasil. A produção internacional de bom gosto, refinada, para todas as idades e quase todas as culturas, apresenta uma visão nova do Rio de Janeiro, diferente dos últimos filmes sobre o tema. E ainda chega às telonas em um momento em que a cidade já é festejada por uma série de acontecimentos econômicos e sociais como a visita e os elogios do presidente americano Barack Obama.
O impacto de eventos, como o lançamento de grandes filmes em solo carioca, coloca a cidade no mapa no cinema e turismo internacional. Graças a eles mais pessoas têm se interessado a filmar e visitar a Cidade Maravilhosa. Em 2010, serviu de cenário para filmagens de duas megaproduções americanas, Velozes e Furiosos e A Saga Crepúsculo: Amanhecer. Essas superproduções trouxeram US$ 5 milhões para o Rio e serão vistas por milhões de espectadores em todo o mundo, que conhecerão um pouco da cultura, das paisagens e do povo carioca. Estimativas dão conta que só a locação de um filme estrangeiro pode gerar U$ 500 mil dólares de receita para a hotelaria.
Mas, o Rio vai além. Faz uma homenagem à Cidade Maravilhosa, com uma imagem do Brasil feita para estrangeiro ver, admirar e ficar com vontade de vir nos visitar. Existe divulgação melhor para o nosso turismo? O lançamento mundial da animação é a maior promoção de um filme já feita na cidade. Reuniu, em uma seção exclusiva na lagoa Rodrigo de Freitas, atores internacionais e a imprensa de vários estados brasileiros, nações da América hispânica, e de alguns países europeus.
Não me surpreende ver que a atração, além de encher a bola dos cariocas e capturar a vibração do Rio, tenha atraído mais de 80 marcas mundiais que aliaram suas campanhas acrescentando apoio de marketing estimado em US$ 100 milhões. Muitas entenderam o poder que a imagem musical e colorida tem de educar públicos e audiências sobre o significado da marca “Rio de Janeiro”.
Acredito que o filme tem a força de desmistificação de percepções quanto à imagem do destino, além de ajuda na formar opinião em novas gerações. O Rio de Janeiro estará nos cinemas pelo mundo em 2011, e é hora de nos prepararmos que poder atender a essa repercussão.
FONTE
