Uma confusão gigantesca nas ruas obrigou hoje um super-herói a um dia de muito trabalho. Assim, a seco, não lendo mais nada, toca a inventar, claro.
Que se teria passado, afinal? “Confusão de carros, os ladrões saíram todos da prisão, uma casa explodiu, todos os animais do zoo saíram da jaula, os ladrões roubaram um banco, bêbados a sair de um restaurante”, foram as apostas da Maria, do Vicente, do Bernardo, do Tomás, do João, da Sofia, do Gaspar, da Maria Filipa e demais colegas…
Os petizes da turma do 2.º B, da Escola Básica de Solum Sul , Agrupamento de Escolas Eugénio de Castro, em Coimbra, alunos do professor António Craveiro, perceberam rapidamente o interesse em ler tudo, até ao fim. Vale para a notícia no jornal em papel, para o post no face, mensagem no Whatsapp e restantes 394 redes à distância de um clique.
Lendo tudo, ficaram a saber tudo e as notícias eram boas. O Super-Pinguim teve que entrar em acção para salvar os pinguins que se perderam e passeavam, todos gaiteiros, pelas ruas de Coimbra.
Ler tudo, pedir um jornal como prenda em vez de um brinquedo, nunca falar com estranhos na web, foram alguns dos muitos conselhos deixados às crianças por Sérgio Soares, Delegado da Agência Lusa em Coimbra, jornalista há mais de duas décadas e docente no Instituto Superior Miguel Torga (ISMT).
Iniciativa de literacia mediática integrada no projecto “Escolinha dos Media”, da Licenciatura em Jornalismo do ISMT. A “escolinha” promete bater à porta de mais escolas, na cidade, no distrito, na região.
O projecto é dirigido a crianças e jovens dos três Ciclos do Ensino Básico e do Ensino Secundário e tem como objectivo melhorar os seus níveis de literacia mediática. Surge da necessidade, há muito sentida, de suprir, no público-alvo referido, lacunas gritantes no que reporta à literacia mediática, conhecimentos considerados fundamentais para uma esclarecida e salutar vivência numa sociedade democrática.
Afinal, e voltando à aula desta segunda-feira, 7 de Junho de 2021, para que os meninos, enquanto meninos, ponham colete e braçadeiras antes de mergulharem nas ondas alterosas das notícias falsas; para não se deixarem encantar à primeira pelos barcos-pirata que sulcam a web, outros meios difusores.
A viagem pelas notícias é tão aliciante quão necessária, mas é de pequenino que se torce o disfarce do Capitão Gancho, quando o malvado resolve mascarar-se de Peter Pan…
Assim nos media como na vida, porque aqueles fazem parte desta.
