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DINIS MANUEL ALVES APRESENTOU PRIMEIRO DE QUATRO LIVROS QUE TÊM POR BASE A SUA TESE DE DOUTORAMENTO

Uma obra que trata «algumas malfeitorias despejadas pelo jornalismo televisivo»

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“Promoções, silêncios e desvirtuações na TV - A informação ao serviço da estação” é o título do livro de Dinis Manuel Alves, lançado esta semana na Casa da Cultura de Coimbra e apresentado por Rui Cádima , que é o primeiro doutorado no campo do jornalismo televisivo e que foi orientador da tese de doutoramento de Dinis Manuel Alves .

Tese que dará lugar a mais três livros (“Terceiro Mundo em Notícias – Em directo do inferno”; “Da máquina enfatizada à máquina constrangida – MalDita Televisão” e Mimetismos e determinação da agenda noticiosa televisiva – A Agenda-Montra de Outras Agendas”).

Cádima, aliás, salientou a grande dimensão do projecto de investigação desenvolvido por Dinis Alves com base em centenas de telejornais das televisões portuguesas.
«Foi muito para além dos seus limites. Qualquer orientador se recusaria a pedir um mapa de trabalhos com esta densidade. Mais parecia o resultado de um trabalho de investigação colectivo».


O autor, jornalista e professor universitário, dedicou este primeiro livro ao já falecido Fausto Correia. «Todos gostaríamos que o Faustinho aqui estivesse hoje, connosco», referiu.
A obra, como foi dito no início da sessão por Jorge Castilho, surge numa altura em que muito se fala do papel dos jornalistas na sociedade.

«Não estava nas previsões de ninguém que o seu lançamento coincidisse com o triângulo infernal que nos tem dominado nos últimos tempos, vértices de nome Política, Media e Justiça», referiu Dinis Alves, para quem «o livro
trata apenas de algumas malfeitorias despejadas pelo jornalismo televisivo. No jornalismo televisivo há promoções a mais, há silêncios comprometedores, verdadeiros apagões noticiosos, e há desvirtuações graves merecendo lugar de destaque no pelourinho das falhas deontológicas».

Dinis Alves confessou olhar «para o jornalismo de follow up, para as estratégias de enchimento noticioso que hoje cada vez mais se praticam, todos a citarem todos, com as redacções exangues homogeneizando conteúdos. Olho para o predomínio da agenda, do previsível, enquanto acontecimento preparado e encenado para os media».
«A história única não existe. A verdade única não mora no cofre-forte dos jornais, das rádios e das televisões. As redacções não são hoje e nunca foram o paraíso», rematou.

Diário de Coimbra, 6 de Março de 2010
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