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Entrevistas há muitas...

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Sim, claro, concordamos com o título.

Neste mini-repositório não olhamos ao número, antes ao feitio, aos feitios...

Convém começarmos pelo princípio:
NEW YORK HERALD, 1836 - Crime no bordel estreia o «género entrevista»
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Num pequeno ensaio de 1889-90, Mark Twain alertava para os perigos que um entrevistado corria. E o catálogo é bojudo.
TEMOR – A entrevista não foi uma invenção feliz. Talvez seja a maneira mais precária de alcançar o âmago de um homem. Em primeiro lugar, o entrevistador não tem nada de estimulante, pois inspira temor. Você sabe pela experiência que não tem escolha diante do desastre. Não importa o que ele ponha na entrevista, você logo vê que teria sido melhor se tivesse posto outra coisa: não que aquilo fosse melhor do que isto, apenas não seria isto; e toda mudança deve ser, e seria, para melhor, ainda que, na realidade, você saiba muito bem que não é assim.
PARA LER NA ÍNTEGRA AQUI: MARK TWAIN - Sobre a Entrevista
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1865-2014 - As entrevistas que fizeram História
A 31 de Outubro de 2014, o Expresso deu início à colecção, oferecida a todos os leitores, "Grandes Entrevistas da História". Trata-se de uma compilação de cerca de 70 das mais célebres entrevistas publicadas na imprensa internacional e também de Portugal, ao longo de século e meio. Júlio Verne, Salazar, Hitler, Mandela, Ayrton Senna, Obama ou Mark Zuckerberg são alguns dos entrevistados.
A colecção de 70 entrevistas (compiladas em sete volumes) mostra como elas constituíram, ao longo das décadas, uma excelente forma de captar o espírito do tempo, mas sobretudo de obter retratos ímpares, para o melhor e o pior, dos indivíduos alvo da curiosidade jornalística. Quimeras e promessas, vãs vaidades, algumas ameaças, fulgores da inteligência e esplêndidas revelações. Um coro polifónico do que fomos e do que somos.
MAIS DETALHES SOBRE A COLECÇÃO
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A entrevista-testemunho: quando o diálogo é possível  (pdf, 11 páginas)
Observatório da Imprensa, 13.06.2005

A entrevista é a alma, o coração do bom jornalismo, ponto de partida e momento fundamental para a elaboração de narrativas que articulem histórias e personagens e que sejam capazes de reportar os complexos acontecimentos da contemporaneidade.
Uma boa entrevista é capaz de dar vida e salvar qualquer matéria; com ela, pode-se chegar à compreensão mais profunda dos fatos e de seus personagens, desvendando mistérios que nos pareciam indecifráveis e colhendo relatos que nos ajudam a formar visões e concepções plurais da realidade que nos cerca. As entrevistas nos levam aos detalhes e aos pormenores, nos conduzem da superficialidade ao mergulho, juntam os pontos para formar imagens mais nítidas e significados mais atraentes.
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Mas também há casos em que o diálogo não parece possível.
Assim aconteceu a 30.03.2021, na SIC Notícias:
Jornalista da SIC Notícias perde a paciência com deputado do PS: «Está a incomodar-me»...! (com vídeo)
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Há quem conceda uma entrevista com a condição de só ser publicada depois da morte.
Seleccionámos dois casos, o de François Miterrand e o de Clarice Lispector.
Mitterrand chamou-os cretinos... depois de morto
CONDIÇÃO: DIFUNDIR SÓ APÓS A MORTE - A última entrevista de Clarice Lispector
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Perdi a minha bebé às 25 semanas. Precisamos de falar sobre o luto” (Público, 29.03.2021) (formato powerpoint)

►Aqui a particularidade da entrevista surgir na forma de "testemunho na primeira pessoa, construído a partir de entrevista".
Foge-se da formulação tradicional da entrevistas, podam-se perguntas e respostas, o texto passa a ser todo ele uma resposta, mesmo não havendo ponto de interrogação a fechar o título.
Na primeira pessoa consegue-se um tom mais intimista, leitura mais acolhedora para o leitor. A entrevista torna-se mais impressiva, a uma só voz, quando se opta por varrer o narrador.
Ler no site do jornal "Público"
Ler em formato pdf
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A minha visita à EXPO-92 (Revista "Pais", n.º 21, Julho 1992 (4 páginas)
Encontramos caso similar neste artigo , impressões de uma criança de sete anos sobre a sua visita à EXPO-92, em Sevilha.
O texto foi escrito pelo pai, jornalista, tendo por base conversas com a menina.
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LUÍS COSTA RIBAS - Uma Vida em Directo
38 anos de Aventuras da Casa Branca a Timor-Leste

Entrevistar pessoas à pedrada? Como entrevistar um bandido?
O jornalista explica no programa "Prova Oral" (15' 34'' a 18' 01")

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Entrevistar uma cadeira vazia na televisão, pode?
Claro que sim. Ora comprove aqui - ouvir de 41'57" a 44' 05''

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Entrevista lambe-botas
Lamber as botas ao entrevistado não é tarefa incluída no caderno de encargos de uma entrevista. Sendo a dita difundida por um canal partidário, aí a coisa muda de figura, porque se trata de propaganda, e não de jornalismo.
Mesmo assim, custa ver Luís Osório aceitar tal frete.
Fica o registo, até porque há algumas entrevistas daquelas consideradas "à séria" que não fogem lá muito deste registo subserviente.
Favor guardar o vídeo na pasta "COMO NÃO FAZER".
PARA VER AQUI

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 A entrevista, segundo Fernando Alves
"Sinais", TSF, 10.07.2015. 2' 46''
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Nariz de cera

Já foi tempo em que, prosa que se prezasse ostentava um garboso e suculento "nariz de cera" à cabeça.
Narinas que, pese a distância anatómica, também faziam de joelhos, que a prosa queria-se genuflexória.
Claro, nós sabemos, há maravilhosas introduções a artigos de fundo, reportagens, entrevistas.

O "nariz de cera" não é isso, mas isto que aqui respigamos, "Gazeta de Coimbra", 2 de Outubro de 1928.
O nariz da entrevista que anunciava a chegada dos "automáticos" a Coimbra aparece pintado de vermelho.
Não é para rir, mas para derreter a nossa paciência.
Tentem lê-lo e depois, antes de cortarem os pulsos, claro, venham cá dizer coisas.
PARA PERDER A PACIÊNCIA AQUI
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RETICÊNCIAS EM VEZ DE ????
COMANDANTE TOMÁS BORGE:
Os sandinistas vão regressar ao poder
Entrevista efectuada em Santo Domingo, capital da República Dominicana, aquando da realização de Congresso da Internacional Socialista para a América Latina (Agosto 1993).

Entrevista publicada na Revista GRANDE REPORTAGEM, Novembro 1993. PARA LER AQUI

Pretende-se pontuar aqui o uso das reticências, em substituição dos pontos de interrogação tradicionalmente usados nas entrevistas.
No deve e haver, encontramos 7 perguntas com ponto de interrogação aposto, e 12 com reticências.

As reticências ajudam, em nosso entender, a quebrar um pouco (ou muito?) o gelo de uma entrevista, aproximando-a porventura mais do registo coloquial em que esta (como muitas outras), foi obtida.

O ponto de interrogação não detém o monopólio do afastamento entrevistador/entrevistado, não é sinal, por si só, de perguntas difíceis, incómodas, muito longe disso em demasiados casos.

Ao enviarmos a entrevista para a redacção da "Grande Reportagem", ficámos na dúvida se esta formulação seria mantida por Miguel Sousa Tavares, ou se, pelo contrário, as reticências, em clara maioria, seriam dizimadas com pouca dó e menos piedade em benefício de uma prática mais corriqueira nas entrevistas.
O Miguel manteve a vantagem de 5 para as reticências.

PARA LER AQUI (só texto, reticências assinaladas)

Tomás Borge Martínez morreu a 30 de Abril de 2021, com 81 anos.
Sandinistas co-founder Tomas Borge dies in Nicaragua (BBC)
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“Mataria a minha mãe se Escobar o tivesse pedido”: morreu John Vásquez, o último sicário de Pablo
Tiago Carrasco (texto) e Eduardo Leal (fotografias) em Medellín, Colômbia. "EXPRESSO", 06.02.2020
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Vasculhando a "hemeroteca" com trabalhos nossos, encontrámos três entrevistas feitas à mesma pessoa, as três com extensões diferentes. Todas elas publicadas no semanário "Jornal de Coimbra", nos idos de 1992 e 1994.

ENTREVISTA BREVE
LUÍS MARINHO AO "JC"
Há 15 anos que falo com Guterres, sem intervalos (22.04.1992)

ENTREVISTA DE MEIO-FUNDO
EURODEPUTADO LUÍS MARINHO AO "JC"
Gostava de ser Presidente do Governo Regional do Centro (25.03.1992)

ENTREVISTA DE FUNDO
DEFENDE O EURODEPUTADO SOCIALISTA LUÍS MARINHO:
Felipe Gonzalez é o melhor sucessor para Jacques Delors” (04.05.1994)
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A Arte da Entrevista (pdf, 4 páginas)
Verônica Mambrini, São Paulo, 08.10.2007
Para ler aqui
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Técnicas de entrevista
Pedro Celso Campos, Professor de Jornalismo da Unesp-Bauru
Para ler aqui
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Entrevista. O Diálogo Possível
Cremilda Medina, Ática Editora, 2008. 96 páginas
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"Proximidade e afastamento: Diferenças entre a entrevista pessoal e a distância". Monografia.
ANA TERESA ALVES MALTA, UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA, FACULDADE DE COMUNICAÇÃO, DEPARTAMENTO DE JORNALISMO, Brasília, 2015. 74 páginas
Para ler aqui

Entrevistador & Entrevistado
in "TEORIA E TÉCNICA DE REPORTAGEM, ENTREVISTA E PESQUISA JORNALÍSTICA". Nilson Lage, Record, 2001, pág 32-38
Para ler aqui

Dificuldades enfrentadas pelos alunos de jornalismo na preparação da entrevista pingue-pongue
Lauriene Rodrigues MOURA; Gabriella Luccianni Morais Souza CALAÇA.
Pontifícia Universidade Católica de Goiás, Goiânia, GO. 10 páginas
Para ler aqui
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A Entrevista Escrita e o Perfil
Henri Montant. Editora "Inquérito", Abril 2002, 72 páginas

Perfis & entrevistas - escritores, artistas, cientistas
Daniel Piza. Editora Contexto, São Paulo, 2004
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Ver também "A entrevista – Regras e nuances", ficheiro powerpoint (26 slides), que detalha mais uma série de regras referentes à entrevista jornalística.